quarta-feira, 10 de julho de 2013

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Essa tal de vida, a qual insistimos em pensar que temos total controle sobre ela, como se pudéssemos até decidir por quanto tempo permanecemos por aqui. Quando nos deparamos com o oposto, em suas diversas possibilidades, mas principalmente quando damos de cara com a morte, tão fria, calculista, devastadora, é possível perceber o quão efêmera a vida é, o quanto, na realidade, ela nos escapa. Nesse momento tudo muda, é como se pudéssemos ver as coisas de um jeito diferente, aqueles clichês nos arrebatam e nos mostram que são mais verdadeiros do que realmente nos parecem; cito Shakespeare que já nos dizia isso há tanto tempo: "Sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos!"
E a fé, esta se modifica de alguma forma, se renova, pois pensamos "como será possível que a vida seja apenas isto?" Procuro por Kardec neste momento, pois pensar como ele nos propõe traz no mínimo um conforto, mas acredito que principalmente, sentido, ou seja, que esta é só uma passagem, uma forma de evoluirmos, uma parte de um todo muito maior.

sábado, 25 de maio de 2013

Pássaros engaiolados

A vida me trouxe exatamente onde estou, mas de um jeito um tanto torto. É estranho quando começamos a perceber algumas coisas e nos dar conta de tantas outras.
Pássaros engaiolados, almas livres e completamente presas. Agora eu consigo entender porque sempre detestei vê-los nessa situação: "lugar de pássaro é na natureza, livre", sempre disse. Agora eu consigo compreender porque sempre me senti maior por dentro do que o sou aos olhos dos outros.
Por que prendemos alguém? Porque também fomos presos e assim aprendemos que deve ser feito? Para sentir que temos o controle sobre o outro? Arrisco dizer que o homem engaiolou o pássaro não só por esses motivos, mas também porque não pode voar como ele. Por que "engaiolamos" as pessoas? Talvez para ter a certeza de que elas não alçarão voos maiores do que os nossos; não podemos correr o risco de que alguém encontre um lugar ao sol melhor do que o meu ou melhor do que eu.
Temos que tomar cuidado com o que fazemos, pois acredito que em um determinado momento o próprio pássaro começa a acreditar que aquela é a sua natureza: "eu não sou capaz de voar", ele deve pensar...
mas acho que agora eu já consigo pelo menos abrir a portinha da minha gaiola...